FORMAÇÃO DE PROFESSORES:UMA REFLEXÃO SOBRE POLÍTICAS, DISCURSOS E PRÁTICAS

Izailton Fernandes Silva - UESB
Luci Mara Bertoni - UESB

O que buscamos demonstrar neste artigo em que tratamos da formação de professores, assunto dos mais relevantes quando se quer discutir a qualidade do ensino, é que o capital define também os rumos da educação. Nessa perspectiva, vemos que os organismos internacionais que tratam da política econômica têm um papel preponderante no panorama educacional, determinando estratégias e metodologias, muitas das quais alheias à realidade sociopolítica das sociedades onde são adotadas. O Banco Mundial, vetor convergente da globalização econômica, defende que a generalização da deficiência na educação seria a principal causadora da crise econômica dos países endividados. Tratamos, também, no artigo das influências e das bases que tornam a educação brasileira hoje um conjunto complexo de situações, muita vezes desafiadoras para aqueles que acreditam ser possível construir um sistema educacional de fato abrangente e de qualidade. Buscamos, ainda, apresentar um panorama da situação do professor desde os anos de 1960 até agora, mostrando que houve mudanças na forma de olhar a educação e, conseqüentemente, do papel do professor. A desvalorização deste profissional se manifesta dentro do panorama deficitário do ensino brasileiro, cujo crescimento em oferta está longe de suprir às reais necessidades educativas das populações. Dentro dessa política de formação, o que predomina é o discurso da impossibilidade de fazer outras melhorias na área educacional como, por exemplo, na infra-estrutura das escolas. E, por fim, reforçamos neste artigo a necessidade de provocar o debate político e pedagógico dos problemas educacionais de maneira sistematizada e compromissada com a qualidade da educação pública, sem deixar de considerar os sujeitos que constróem suas histórias nos espaços das adversidades colocadas pelas relações sociais e pelos meios de produção.