A HETEROGENEIDADE DISCURSIVA NA REVISTA NOVA ESCOLA
Maria do Socorro Maia Fernandes Barbosa - UERN
O nosso trabalho é parte da tese de doutorado e visa a apresentar uma descrição interpretativa(vista) da forma e do funcionamento do discurso de Divulgação Científica (DC), em uma Revistas de circulação nacional, veiculada de 2004 a 2006, qual seja: a Revista Nova Escola. Analisamos, nas matérias de DC, os discursos reportados, nas suas duas principais formas de apresentação das vozes alheias: o discurso direto e o discurso indireto. Como objetivos estabelecemos, em primeiro lugar, analisar as diferentes formas de marcar a heterogeneidade discursiva, em função da imagem que o produtor faz do interlocutor; em segundo lugar, buscamos observar as diferenças entre as formas de heterogeneidade marcada, em função do produtor do texto, jornalistas e pesquisadores; e, por último, investigamos a maior ou menor incidência de discurso citado, com relação às diferentes perspectivas dos produtores desses textos. Para fundamentar teoricamente as nossas discussões, optamos pela corrente sócio-histórica, tomando, portanto, como fundamento a sua conceituação de linguagem e de sujeito do discurso, sobretudo nos trabalhos de Bakhtin (1929; 1995; 2003) e nas discussões teóricas sobre a heterogeneidade discursiva, na visão de Authier-Revuz (1990; 1998; 2004 ) e Maingueneau (1993; 2001). Ao analisarmos a dimensão social dos nossos dados, dessa pesquisa, identificamos, como elementos relevantes para a construção das matérias, a imagem que o produtor faz do seu interlocutor e o uso de estratégias diferenciadas. Por exemplo, o texto produzido por jornalistas faz uso freqüente das formas do discurso direto. Além disso, diferenciam-se esses textos, também, nas vozes sociais que trazem para o seu discurso. Em se tratando de texto produzido por jornalista, predomina a chamada à cena discursiva dos agentes da escola: professores, alunos, pais, entre outros.