MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS: A PRECARIEDADE DA CONDIÇÃO HUMANA PRESENTE NA NARRATIVA MACHADIANA
Francisca Milena Carvalho Trindade - UERN
Maria da Conceição Silva Dantas Monteiro - UERN
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é considerada, pelos críticos da literatura, como sendo a obra inaugural do Realismo no Brasil e que marca uma nova fase na escritura do autor: notadamente mais madura, definitivamente realista. Um romance escrito por um defunto-autor, que, narra à história de sua vida, cita os acontecimentos e/ou episódios mais significativos de seu nascimento, da adolescência e da morte. Aproveitando-se da suposta superioridade de seu protagonista, Brás Cubas, Machado de Assis procura mostrar os defeitos e fracassos universais do ser humano, por meio das negativas e compensações feitas pelo narrador-personagem. Utilizando a 1ª pessoa do discurso, o relato caracteriza-se pela isenção e imparcialidade de quem já não precisa mais mentir, pois já não mais deve à sociedade. Esta obra é marcada pela presença constante de armadilhas deixadas pelo escritor no intuito de desafiar seu leitor, com quem Brás Cubas, fazendo uso da metalinguagem, estabelece uma espécie de parceria. Memórias Póstumas de Brás Cubas é construído em flashbacks, à medida que surgem as lembranças do narrador, que de forma irônica apresenta a condição humana tratada com humor, enfatizando os defeitos mais que as qualidades.