MITO E FILOSOFIA NO PENSAMENTO CLÁSSICO GREGO
Maria Veralúcia Pessoa Porto - UERN
O homem primitivo que não tinha ainda noção sobre filosofia enquanto ordenação lógica da realidade fabricou utensílios e criou meios de comunicação: desenhos, pinturas, objetos de artes, os quais implicavam na modificação dos objetos da natureza para um fim prático, imprimindo neles uma característica humana, diferente da sua aparição in natura, transformando-os em utensílios e ferramentas, dando-lhes um novo sentido e deixando marcas e informações sobre sua cultura, fazendo e refazendo a partir de tais atividades, num movimento contínuo, a história. A casa, a produção de utensílios, a dança, os adornos mantinham relação com o sagrado, o mágico e foi a partir
daí que se gerou a história inicial da cultura clássica. O homem passou a questionar e procurar respostas para fenômenos que não conseguia explicar, partindo disto, criou os mitos – mýthos - que dão sentido a realidade física, social e existencial. Após a explicação da realidade por força do pensamento mítico, podemos apreciar na cultura clássica do pensamento grego a passagem de uma busca baseada numa compreensão mágica do mundo, para uma busca de um sentido mais natural e mais universal, como vemos nos phisiólogos, os filósofos do período cosmológico que buscavam compreender a physis. Em seguida, temos a tradição racional e a tradição do livre debate por intermédio das grandes discussões epistemológicas, políticas e éticas no interior da Polis. Neste momento, o que caracteriza uma boa discussão parece ser a dúvida sobre a pretensão de certeza absoluta presente nas opiniões. O que deve ser buscado é levar o interlocutor a ser capaz de ouvir atentamente, sem precipitação, as opiniões divergentes, inserindo-se em um esforço de tornar conhecidas as opiniões, e posicionar-se diante daquela que tem maior capacidade de empreender uma explicação sobre o todo. Essa parece ter sido uma das maiores contribuições intelectuais do pensamento grego.
daí que se gerou a história inicial da cultura clássica. O homem passou a questionar e procurar respostas para fenômenos que não conseguia explicar, partindo disto, criou os mitos – mýthos - que dão sentido a realidade física, social e existencial. Após a explicação da realidade por força do pensamento mítico, podemos apreciar na cultura clássica do pensamento grego a passagem de uma busca baseada numa compreensão mágica do mundo, para uma busca de um sentido mais natural e mais universal, como vemos nos phisiólogos, os filósofos do período cosmológico que buscavam compreender a physis. Em seguida, temos a tradição racional e a tradição do livre debate por intermédio das grandes discussões epistemológicas, políticas e éticas no interior da Polis. Neste momento, o que caracteriza uma boa discussão parece ser a dúvida sobre a pretensão de certeza absoluta presente nas opiniões. O que deve ser buscado é levar o interlocutor a ser capaz de ouvir atentamente, sem precipitação, as opiniões divergentes, inserindo-se em um esforço de tornar conhecidas as opiniões, e posicionar-se diante daquela que tem maior capacidade de empreender uma explicação sobre o todo. Essa parece ter sido uma das maiores contribuições intelectuais do pensamento grego.
Palavras-chave: Mito. Poesia. Realidade. Filosofia.