PRÁTICAS DISCURSIVAS E RELAÇÕES RACIAIS: UM OLHAR NA APTIDÃO INTELECTUAL DO/A DOCENTE NEGRO/A
Francisca Ramos Lopes - UERN/UFRN
Nas práticas discursivas escolares é comum a preleção de que em âmbito educacional todos são tratados igualitariamente, o que independe do sexo, raça, condição social, etc. No entanto, nas práticas sociais percebe-se que as relações entre brancos e negros ocorrem de forma tensa, muitas vezes dissimulada por uma harmonia não existente. Desse modo, nessa produção, propomo-nos a examinar como práticas discursivas que produzem sentidos, em relação à aptidão intelectual do docente negro, estão presentes no cotidiano e perpassam o discurso desses professores. A pesquisa, dentre outros, está respaldada por discussões advindas da AD francesa (FOUCAULT, 1996), em ressonância com os estudos culturais (BAUMAN, 2005; HALL, 2005) e questões raciais (GUIMARÃES, 2005 a 2008; NILMA GOMES, 1995; HÉLIO SANTOS, 2003.). Metodologicamente, o trabalho cunha-se em um paradigma qualitativo-interpretativista (MOITA LOPES, 1996), inserido no âmbito das ciências humanas e sociais, com foco na Lingüística Aplicada (LA), o que contribui para que sua autenticidade dependa dos significados e entendimentos existentes dentro de uma determinada cultura. Os dados geradores da problematização são oriundos de histórias de vida escrita e entrevistas semi-estruturadas, os quais pertencem a uma pesquisa de doutorado, em andamento. No geral, os sentidos produzidos, pelas múltiplas vozes que ecoam nessa discussão, são indicativos de que na vida dos sujeitos investigados os discursos do cotidiano se configuram em elementos constituintes de realidades psicológicas e sociais.