RUBEM BRAGA E AS CRÔNICAS DO SEU ÚLTIMO ANO DE VIDA

Joana Leopoldina de Melo Oliveira - UFRN

Rubem Braga entrou para a História da Literatura Brasileira apenas como cronista, ele escreveu em diversos jornais do Brasil e também trabalhou como correspondente de guerra. Muitas de suas crônicas que saíram nos jornais foram parar em livros, entretanto, nem tudo foi publicado e ainda existem muitas crônicas de Rubem Braga guardadas em arquivos de jornais. O objetivo desta comunicação é apresentar o trabalho, ainda em desenvolvimento, sobre as crônicas escritas por esse cronista no ano de sua morte (1990), e que saíram no suplemento “Caderno 2” do Jornal O Estado de São Paulo. Trata-se de um material quase inédito e de grande relevância, tendo em vista que foram as últimas crônicas escritas pelo autor. Pretende-se analisar como o narrador se comporta com relação aos temas tratados nessas crônicas, se há alguma mudança nas temáticas que eram mais recorrentes na sua obra (em decorrência desse ser o seu último ano de vida) ou se ele continua falando dos mesmos assuntos: infância, natureza, terra natal, personagens tipos, mulheres, etc. Também se verificará a presença da oralidade nesse narrador, uma característica importante para definir o gênero crônica e o cronista, pois esse chega a ter semelhanças com o contador de histórias da tradição oral, aquele que dava conselhos e transmitia suas experiências. Essa proposta será realizada, principalmente, através dos textos teóricos de Walter Benjamin e Davi Arrigucci Jr., que tratam a questão do narrador/contador que se encontra nas crônicas de Rubem Braga, e também os textos de Antonio Candido, que discute a importância da crônica no Brasil de uma maneira geral e a sua relação com a sociedade.