ARGUMENTAÇÃO EM ARTIGOS CIENTÍFICOS: UMA ANÁLISE DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Lidiane de Morais Diógenes Bezerra - UERN
A linguagem existe na interação social e se caracteriza pela argumentatividade, pois quando utilizamos o discurso, desencadeamos relações de poder e influência sobre nossos interlocutores. Nessa perspectiva, pretendemos, com esta pesquisa, analisar a argumentação em artigos científicos, tendo como principais objetivos detectar os operadores argumentativos mais usados nesses textos, analisar os textos selecionados, considerando as funções que os operadores argumentativos desempenham neste gênero textual, e suas contribuições para a efetivação da intencionalidade dos produtores em um gênero que também se propõe à divulgação científica. Discutimos a concepção de linguagem enquanto interação social, e o poder e a influência que esta pode desencadear na interação. Apresentamos uma classificação proposta por Koch (2003) para os operadores argumentativos, como um mecanismo que permite orientar a argumentatividade dos enunciados. Destacamos, ainda, o discurso científico como um fazer persuasivo. Tivemos como bases teóricas os estudos de Bakhtin (1995, 1997), Koch (2002, 2003), Geraldi (2000), Maingueneau (1993), Vogt (1980) e Brandão (2000). O nosso corpus é constituído de artigos científicos retirados de revistas da área de Letras e Lingüística. De acordo com a análise, podemos observar, de forma clara, que os operadores mais utilizados nos artigos científicos enfocados são aqueles que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias. Com os resultados, comprovamos que os operadores argumentativos são indispensáveis às práticas discursivas do gênero artigo científico. Acreditamos que, com este trabalho, possamos fazer com que os usuários da linguagem compreendam melhor o poder que esta pode exercer em qualquer ambiente de interação, e assim possam utilizá-la melhor nos processos de interação social.