A FORMAÇÃO DO LEITOR NO MEIO RURAL: MEMÓRIAS DE LEITURA DE ALUNOS
ASSENTADOS
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Hubeônia Morais de Alencar - UERN
Alessandra Cardozo de Freitas - UERN
Muito se tem discutido sobre o desenvolvimento do gosto pela leitura em crianças e adolescentes. Questões do tipo “o que fazer para que meus filhos/alunos leiam?”, “a quem cabe ensinar a leitura?”, “como fazer para despertar na criança o prazer da leitura?” são comuns em encontros com pais, professores e alunos de licenciaturas. Neste último caso, quando trabalhamos com professores em formação, temos procurado essa resposta através de uma outra questão: como nos tornamos leitores? Em outras palavras: quem contribuiu para sermos os leitores que somos? Nesse sentido, o presente trabalho tem como foco a compreensão do processo de mediação do outro (escola, família, amigo) na formação do sujeito leitor. Objetiva, de forma geral, investigar o processo de formação leitora dos alunos cursistas do Projeto Pedagogia da Terra da UERN, desde as séries iniciais do Ensino Fundamental até o 4º período do Curso de Pedagogia. Mais especificamente, pretende identificar as concepções de leitura subjacentes às práticas pedagógicas vivenciadas por estes alunos durante o seu processo de formação e como essas práticas contribuíram (positivo e/ou negativamente) para os leitores que são hoje. Durante o curso da disciplina Ensino de Língua Portuguesa II, os alunos foram estimulados a escreverem sobre as suas memórias de leitura. Foram coletados 44 relatos escritos, constituindo o corpus desta pesquisa, os quais foram analisados com base na teoria, dentre outros, de autores como Vygotsky (1997; 2005), Smith (1999), Geraldi (2000), Kleiman (2001), Bakhtin (2003; 2006), Josso (2004), Turchi e Silva (2006), Koch e Elias (2006), Kramer (2006) e Benevides (2008). Nas análises realizadas, constatamos que, em sua maioria, os alunos sujeitos desta pesquisa vivenciaram práticas pedagógicas tradicionais, centradas no ensino do texto como pretexto para trabalhar gramática e na leitura como busca de informação. A escola, ao contrário do que deveria, tem muito mais responsabilidade sobre o não-gosto pela leitura desses sujeitos do que pelo gosto, este, geralmente, despertado por outro (em).
Palavras-chave: Memória. Leitura. Formação. Prática Pedagógica.