METAFORA CONCEITUAL: UM CONCEITO DE TODOS?

Nayra Barbosa Mota - UFC
Emerson Gonzaga dos Santos - UFC

Tradicionalmente, a metáfora tem sido vista apenas como mero recurso estilístico, usado propositalmente para enfeitar uma obra literária. Porém estudos mais recentes têm fornecido evidência de que o estudo de metáforas não é tão simples, principalmente por nem sempre serem usadas conscientemente. Indicativo desse fato é que muitas vezes nem sequer conseguimos descrever algo abstrato senão em termos metafóricos. Segundo a teoria cognitivista de Lakoff e seguidores, as metáforas são divididas em categorias como “metáforas conceituais” e “metáforas primarias”, entre outras. Neste trabalho abordamos a metáfora “AMOR é VIAGEM” sob o ponto de vista desta primeira categoria citada. Confrontamos as respostas de 20 participantes a um questionário sobre três Músicas Populares Brasileiras: Seguindo no trem azul do grupo Roupa Nova, Encostar na tua da cantora Ana Carolina e Bem que se quis de Marisa Monte que continham expressões que relacionavam o conceito amor ao conceito viagem. Nosso objetivo foi testar empiricamente a teoria da metáfora conceitual de George Lakoff (1980), que promove a idéia de que as metáforas seriam mapeamentos conceituais presentes na mente. Para tanto, formulamos a hipótese de que adolescentes entre 15 e 20 anos de escolas públicas têm o mesmo reconhecimento da metáfora trabalhada, quando suas respostas são comparadas às providas por jovens de mesma idade em escolas privadas. A análise dos dados foi feita através de gráficos comparativos para as perguntas objetivas do questionário, e através de associação entre os conceitos para as perguntas subjetivas. Os dados analisados provêem evidência favorável à hipótese por nós levantada.