O DISCURSO MACHISTA E AS CONSTRUÇÕES DOS SENTIDOS DA VIOLÊNCIA NO
REPENTE
REPENTE
Gustavo Cândido Pinheiro - UECE
Este trabalho é parte de um projeto mais amplo intitulado "As construções dos sentidos da violência nas práticas culturais do Sertão Central do Ceará" que pretende investigar as práticas discursivas e práticas sociais da violência vivenciadas no Sertão Central do Ceará. Nosso objetivo é analisar os processos semântico-discursivos de nomeação e designação de gênero, para entender como a prática cultural do repente reifica sentidos para as formas de violência cotidiana. Neste trabalho, pretendo explorar a nomeação e designação de gênero em uma abordagem tridimensional do discurso, explorarei também a pragmática levando em consideração os atos de fala que corporificam a violência, naturalizando ideologias machistas. Farei também uma relação da analise do discurso com as ciências sociais, com base principalmente na modernidade tardia em que o sujeito pôs-moderno, conceptualizado como não tendo uma identidade fixa essencial ou permanente (HALL, 1997). A pesquisa utiliza o aparato teóricometodológico a Pragmática (WITTGENSTEIN, 1989) e a Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 1992, 2003). Os dados coletados até o momento mostram que a linguagem das práticas culturais em questão corporifica a violência através dos atos de fala de nomeação e designação, tais como: "cabra macho como eu por essas bandas não há igual", "no meu terreiro quem canta de galo sou eu". Essas designações constroem e reivindicam identificações tradicionais legitimando ideologias machistas e preconceituosas onde diversas formas de violência são corporificadas, contribuindo para a formação das relações sociais de poder.
Palavras – chave: Discurso. Identidade. Violência.